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ESG e a pecuária de leite

Vou fazer 77 anos em alguns dias e vi muitas inovações gerenciais, modismos, na administração pública e nas empresas. Nada parece tão forte quanto a crescente valorização da nova assinatura empresarial do ESG. Environmental, Social and Governance. ESG não é a sigla da Escola Superior de Guerra muito divulgada em anos passados.

Quando estudante na FGV acompanhei estudos feitos no âmbito da Escola, pensando nas estratégias para desenvolvimento do Brasil e no horizonte das políticas públicas. Não importa muito que algumas iniciativas tenham abordado questões com viés político contraditório. Pensar, debater, redigir e divulgar com honestidade e conhecimento específico, quaisquer estudos e propostas faz parte do cardápio democrático e é muito útil a qualquer Nação. Respeitar a diversidade do pensamento é essencial, insumo básico do processo civilizatório. O leitor também pensa assim ?


Prossigo trazendo o tema geral para uma convicção bem localizada. O ESG vem para ficar, progressivamente muito forte. A primeira letra da sigla lembra a constatação de que toda a sociedade organizada tem que ser ativamente defensora do AMBIENTE. Não há outro planeta. Todos deverão se preocupar com aquecimento global, emissão de carbono, energia limpa, tratamento de resíduos, poluição, recursos naturais, etc. A segunda letra da sigla se dirige ao SOCIAL, clientes, funcionários, colaboradores. Cresceu muito nesses últimos anos o compliance (o compromisso nas atitudes). Direitos humanos, inclusão, privacidade, relação com as comunidades, proteção de dados, relações de trabalho, treinamento, etc., etc. A terceira letra da sigla trata da Governança que aborda transparência, práticas de gestão, ética - alguns aspectos já em tela para as grandes corporações.


ESG. Eu Sou Gir Leiteiro. Trocadilho para amenizar e propor um debate: o GIR LEITEIRO é uma alavanca para ESG na pecuária de leite. Sim, o crescimento da população do Gir Leiteiro de alta performance para leite aponta para a questão ambiental: quando a genética estiver mais democraticamente acessível (preços), centenas de milhares de produtores de leite (e lácteos) terão enorme apoio para aumento da produtividade. Na nossa área tropical a produção de 20 animais mestiços comuns pode ser substituída pela produção de 12 animais, reduzindo a demanda por água, terras, etc.


A produtividade na pecuária de leite é fortemente positiva para a questão ambiental. ESG: a atividade de seleção e melhoramento do Gir de alto nível para leite exige dos criadores uma permanente atenção para conhecimento das questões sociais e transparência junto a seus clientes (genética, leite A2A2, dados genômicos). Sem transparência o selecionador não irá muito longe. Consequentemente, deveremos treinar nossos funcionários, ter ótima assessoria técnica veterinária e zootécnica, etc., etc.


E, por fim, a letra G da sigla remete a Governança adequada, característica que é essencial para manter projetos de seleção e melhoramento em padrões de gestão atualizada para um complexo e duro trabalho, muito diferente da maior parte dos estabelecimentos da pecuária que ainda não tem a mesma complexidade.

Fico por aqui, convidando os demais selecionadores de Gir Leiteiro para complementar ou discordar de meu sonho : seria muito bom ter os melhoradores da Raça reconhecidos e Valorizados. Seria muito bom para o Brasil ter um substantivo aumento da população do Gir efetivamente leiteiro para democratizar o acesso de pequenos e médios produtores à genética de ouro que foi desenvolvida, seja para PO ou para cruzamentos F1 com taurinos. Penso que meu sonho é uma necessidade para produtividade no Brasil e em todo Mundo tropical, fortalecendo a atividade primária de produção de leite, gerando renda e empregos.

Pelo Brasil!


Evandro Guimarães, Fazendas do Basa - Gado de Leite

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