Falta uma peça nesse xadrez cheio de mistérios e frustrações: o olho do cidadão nas obras e concessões públicas e programas de entes federativos.
- Fazendas do Basa

- 14 de out. de 2024
- 1 min de leitura
Acompanhei de perto a chegada das Agências Reguladoras no Governo Fernando Henrique. Tive relacionamento profissional com várias delas. Na época, essa figura de Estado era uma esperança de tempos melhores, de melhoria na transparência e

fiscalização de setores preciosos da economia. Quem se interessava por modelos e eficiência da máquina pública já ouvia falar das Agências mundo afora. Quem sempre tentou cooperar informando sobre desvios em obras alimentou uma momentânea expectativa de um futuro melhor. Funcionou, funciona em parte, mas não atende, não é satisfatório. As Agências nasceram grandes e o cidadão não consegue acessar com facilidade para reclamar ou para ajudar informando, fazendo algo parecido com "o olho do cidadão nas obras e nos serviços públicos". A mudança estrondosa na comunicação social acentua também a insatisfatória situação atual: um tsunami de informações pelas redes sociais aleatórias, desconexas e inverídicas reduziu a credibilidade de qualquer notícia, vindo de onde vier... Precisamos estimular uma instância séria, com linguagem acessível sobre o andamento, os erros, os desvios, etc. das obras públicas e dos serviços em concessão existentes... Temos o Procon, sobre produtos e serviços. Precisamos ter uma entidade, uma mídia de grande alcance e especializada, para melhorar o nível geral de informação sobre obras contratadas e serviços públicos concedidos. Uma Ouvidoria Civil, verdadeira, acessível. Não é possível reclamar eficazmente nem informar aos Agentes Públicos no atual contexto. Precisamos de criatividade para melhorar. Aliás, com quem falar sobre isso?




Comentários