Nesse último fim de semana em dois telefonemas bem diferentes me perguntaram sobre a existência de uma relação oficial de vacas Gir Leiteiro com aferição oficial. As duas ligações eram do exterior. Os dois interlocutores conversavam comigo sobre a ideia de acelerar a multiplicação de animais Gir Leiteiro bem qualificados. Isso para que se torne possível produzir o Girolando Meio-Sangue Plus (como chamamos nas Fazendas do Basa) aqueles animais derivados de cruzamentos com fêmeas aparentemente superiores em lactação nas linhas baixas nos acasalamentos.
As consultas têm méritos de interesse coletivo, e são do interesse de centenas de produtores. No Basa, por exemplo, já vendemos mais de 60% dos animais que produziram a aferição citada. As vendas ocorreram principalmente pela nossa adesão a indicativos genômicos. Imagino quantas vacas excepcionais estão hoje em propriedades diversas, cada uma com sua alta produção oficial aferida, de animais advindos da Fazenda Brasília, da Calciolândia, da Mutum. Tudo gira em torno da nossa insistência em acelerar a reprodução de animais com indicadores objetivos superiores para que a população de alta qualidade do Gir melhorado para leite possa crescer muito rapidamente, com repercussões nos preços dos animais meio-sangue e sua consequente chegada democrática a maior número de produtores.
Acho que só o Nordeste do Brasil deve precisar de mais de um milhão desses animais. Por favor, não precisam me lembrar da necessária articulação de melhor genética com nutrição, sanidade, manejo, mão de obra, preços do produto primário. etc., etc., etc. Sabemos da necessidade de atenção a muitos pontos. Mas também sabemos que a distinção genética é multiplicadora. E sabemos que se afogar em milhares de obstáculos é uma foram de não fazer nada em pelo menos um deles.
O fato é que países diversos do nosso já se movimentam pelo nosso Gir Leiteiro, o Tesouro Brasileiro. E parece que somos meros espectadores.