Agronegócio, uma expressão que ignora o produtor rural
- Fazendas do Basa

- 8 de jun. de 2021
- 2 min de leitura
Cunhada por tradução de agribusiness e idolatrada por quem quer assumir os méritos do produtor rural no marketing de massas, confiante na repetição vazia da propaganda, a expressão agronegócio faz muita gente boa babar sem pensar.

Eu não me canso de dar minha opinião sobre essa apropriação indevida dos méritos e do suor da quase totalidade dos seres humanos que se dedicam à produção na Agricultura e Pecuária no nosso Brasil. Sei que já fui derrotado pela ignorância, na mídia, na área urbana, no ufanismo idiota que empresta voz a algo que mistifica e engana milhões de pessoas que são empreendedores rurais, trabalhadores humildes, gente que merece respeito. Não entendeu? Agronegócio é coisa que junta quem participa antes e depois da porteira. A maior parte do bolo!
Especialmente quando o PRODUTOR é pequeno ou médio. Quem se diz o 'bambambã' do "agro" antes da porteira é quem produz e vende sempre melhor que os verdadeiros agricultores e pecuaristas: são os bancos (que te financiam), as indústrias de insumos de alto valor agregado (em geral multinacionais), as fábricas de tratores, colhedeiras, etc., etc. São os que nunca entram em crise e estão armados até os dentes para tirar cada centavo com a multidão de marqueteiros que trabalham com gestão de caráter espoliativo. Depois da porteira, "agro" (que mer...), define os bancos, os laticínios, os frigoríficos, as tradings, o transporte de porte, os portos, as cadeias de atacado e varejo. Sobra, DENTRO DA PORTEIRA, arriscar-se a produzir, lidar com variações de preços, empregar milhões de pessoas, ser tratado como um pedaço dessa bobagem aglutinada que chamam de agronegócio. Uma zombaria. É claro que existem algumas enormes empresas de agricultura e pecuária, tão grandes que a pessoa física do produtor é apenas um pequenino detalhe. Acho que dar nomes aos bois é fundamental para quem está conectado verdadeiramente à produção, seus riscos, empenho individual e que não precisa de forma nenhuma dessa expressão que se tornou uma "espécie de usucapião" do trabalho de quem de fato produz, vinculados à terra. Da próxima vez que lhe perguntarem se você faz parte do "Agronegócio", responda: Não queira me engabelar, não faço negócio..., não me misture, me respeite, produzo alimentos!!!



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