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Dia Mundial da Água é hoje, amanhã e depois também

Um vírus assassino progride na agricultura e pecuária do nosso País: a falta de interesse com nosso futuro. Já me manifestei muitas vezes contra esse apelido "Agronegócio" que explora, ilude, engana o verdadeiro produtor rural. Volto a explicar: esse apelido fala do que está antes das porteiras e depois da porteira.


O que está dentro da porteira é a pequena parte que é usada com direito a chapéu de palha e música sertaneja nos comerciais para tv e internet.



Antes da porteira estão as empresas estrangeiras vendendo insumos de variadas categorias, fertilizantes, sementes, defensivos, serviços, camionetes e outras máquinas e também estão principalmente os bancos, financiando produtores aos juros, seguros e despesas a montantes conhecidos.


Depois das porteiras estão os frigoríficos, laticínios, processadores, exportadores, grandes cadeias do atacado e varejo e, novamente com destaque, os bancos.


Dentro da porteira estamos os produtores, correndo os riscos e servindo de "escada" para essa geleia geral que chamamos "agronegócio".


Produção rural não se resume a negócios. Implica em riscos fenomenais, suor, lágrimas. Produtor rural que utiliza "agronegócio" ainda não pensou bem que só nós pagamos a conta quanto ao meio ambiente, quanto ao desmatamento, quanto ao descuido com a água.


Já viram alguma camionete do "agronegócio" ser citada na imprensa como vilã da crise da escassez anunciada e do descaso com água?


No dia mundial da água, vários setores que estão antes e depois das porteiras fazem anúncios pedindo atenção para a água, elevada hoje a valor de preciosidade. Os produtores rurais é que devem dar conta da ameaça...


Que tal se todo fornecedor de antes e depois da porteira fosse por lei obrigado a investir 10% de seus lucros na proteção de nascentes, a fundo perdido? Que tal se nesse dia Mundial da Água alguma coisa fosse proposta para que todos as forças empresariais tivessem que sair de suas confortáveis posições sobre essa escassez anunciada?


Não somos criativos e ativos o suficiente para cuidar do futuro da água com eficácia. Pelo menos poderíamos parar de prestigiar e sair desse apelido covarde "agronegócio" e passarmos a defender quem de fato protagoniza a produção na agricultura e pecuária.

Que acha?


Evandro Guimarães

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