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Temos ou teremos mais uma crise na produção leiteira? Vale lembrar oportunidades não aproveitadas

Muitos se preocupam com uma "tempestade perfeita" para instalação da crise: subida dos preços dos insumos, queda no consumo, dificuldades de pequenas e médias cooperativas e laticínios, importação alta da Argentina, preço elevado da arroba, burocracia excessiva para financiamentos, etc., etc. Virá uma grave crise e mais uma vez o produtor pagará a conta quase sozinho?

Não sei a extensão da crise anunciada. Tomara que seja um alarme falso, que o governo recomponha a ajuda para os Brasileiros necessitados e as questões se ajustem. Mas, apesar de parecer antipático, nesse sábado de fevereiro relembro o que ainda não fizemos. Não tratamos a produção leiteira como uma questão de Estado. Não damos a importância devida. Não nos lembramos dos milhões de empregos da atividade.

Fazemos muito pouco barulho para as questões estruturais características dessa geração de emprego e renda no Brasil que é o heroísmo dos produtores rurais, em especial os pequenos e médios. Quase tudo precisa de uma revisita, de pensamentos "fora da caixa". Ao que parece, grande parte das pessoas que tem poder para formular e implementar políticas públicas já se cansou do setor leiteiro. Maravilhosas fazendas surgem nas capas de revistas, na TV segmentada, nas propagandas do "agro". Frases mágicas são disparadas por quem nunca entrou em estábulos... "precisamos tecnologia, informática, tecnificação..." e outras lorotas superficiais. A atividade leiteira no Brasil é tratada sem a verdadeira compreensão do papel social que ela tem. Frente aos gigantes da pecuária de corte e do plantio de grãos do centro-oeste, fomos apelidados de "coisa de pobre ". E existem pregações de entidades para que reduzamos a apenas 60 mil os produtores (só grandes) "como nos Estados Unidos". A má qualidade do leite do Brasil é para muitos, culpa dos pequenos, que aliás recebem em geral a METADE do preço que recebem os grandes em volume. Eu esperaria que o exército de pessoas que se formou com os parcos recursos de seus Pais. Eles produziam pouco leite, mas formaram médicos, engenheiros, arquitetos, advogados, diplomatas, veterinários, agentes públicos qualificados, biólogos, jornalistas, políticos... Os profissionais liberais do Brasil não poderiam expressar sua gratidão demandando que o assunto fosse considerado muito importante e para ser de fato reestruturado sem demagogias de ocasião?

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